“Goze com regras a sua vida. Pode ser feliz sem excessos”, afirma Moita Flores após enfarte, depois do susto ao sofrer de um ataque cardíaco.
Depois de intervenção cirúrgica no hospital de Santa Marta, o escritor e antigo inspector da Policia Judiciária tem estado a recuperar: “Não costumo usar o espaço que é posto à minha disposição para falar de assuntos comuns a todos e aproveitá-lo em meu benefício. Pensei antes de o fazer e decidi escrever-vos. Têm sido tantas as mensagens, tantas manifestações de carinho, de votos de boas melhoras, que seria injusto da minha parte ficar indiferente ao testemunho de afeto dos meus leitores. Quero agradecer-vos a solidariedade e tenho por certo que foi o vosso esforço coletivo que contribuiu para que regressasse de um estado muito grave de saúde para presença entre vós“, começou por dizer.
E continuou: “O enfarte do miocárdio é traiçoeiro, embora não seja injusto. É o cartão negro da morte, embora se possa transformar num caminho de luz de regresso à vida. Passei por todos estes estados esta semana. Estive junto à morte. Vi regressar o sol. Percebi que o enfarte não é assim tão traiçoeiro. Sendo mau, é a tradução de muitas coisas boas: o prazer do petisco, do cigarro num conjunto de prazeres que sabem bem mas no longo prazo fazem muito mal.
E terminou com esperança: “Continuo internado sem ainda saber do meu regresso à vida ativa, mas, desde já, meu caro leitor, deixe-me que partilhe consigo a lição que o enfarte me ensinou: goze os prazeres que a vida nos dá, mas imponha os limites. Não faça do cigarro uma religião. Nem do álcool. Nem da boa mesa. Goze com regras a sua vida. Pode ser feliz sem excessos, que eu, neste momento, sem excessos, estou a esforçar-me para regressar à vida e dar um pontapé na ameaça de morte que o enfarte enceta. Portanto, deixo-vos um abraço de gratidão. Até para semana”, escreveu Francisco Moita Flores.