Luís Osório sai em defesa de Cristina Ferreira: “Vaca é apenas um nome mais soft”, disse o jornalista.
A Diretora de Entretenimento e Ficção deslocou-se ao Palácio de São Bento, onde fez chegar uma petição para a criação de um organismo que ajude a penalizar as pessoas que utilizam as redes sociais para destilar ódio gratuito. Luís Osório concorda com a comunicadora:
“Cristina Ferreira é uma das pessoas mais populares em Portugal. O que faz, como faz, o que diz, como diz, o que se julga que pensa ou como pensa, os seus espetáculos, programas de televisão, os que lança e os que faz cair, as fotografias ousadas nas redes sociais, as coleções de lingerie, a revista, as entrevistas, tudo, mas mesmo tudo é motivo de polémica e de conversa.”
“Cristina faz mexer, divide as águas e não deixa ninguém indiferente. Já a vi em lugares com intelectuais que se babam à sua passagem – dizendo depois que não a conhecem. E já estive em almoços em que a menorizaram ou em lugares onde a exaltam como uma espécie de my far lady portuguesa“, começa por afirmar.
“Como está sempre a ser falada, por vezes aquilo que faz de importante não é valorizado. Cristina Ferreira, no final da semana passada, deixou um contributo válido para que regresse à agenda política o tema do ódio nas redes sociais.”
“A comunicadora foi ao parlamento e perante vários deputados defendeu uma petição da qual é a primeira subscritora – uma petição que propõe a criação de uma entidade reguladora das redes sociais que seja ativa contra os discursos de ódio no Facebook, no Instagram e nas várias plataformas em que as pessoas estão expostas ao que é bom, mas infelizmente também ao negativo, aos maluquinhos que insultam por não existirem consequências, aos maluquinhos que ameaçam em mensagens privadas e até nos comentários, aos que têm perfis falsos, aos que veiculam mensagens políticas de ódio“, continuou.
“Cristina foi das primeiras a falar do assunto por o sentir na pele. Escreveu, aliás, Pra Lá de Puta, livro onde aprofundou o tema com exemplos concretos. Cristina é insultada todos os dias. Vaca é apenas um nome mais soft. Para lá de p*** é o que lhe costumam chamar”, lamentou.
O jornalista acrescenta ainda: “Milhões de pessoas seguem-na. Mas ela é uma pessoa, não é uma boneca ou um robô. Existe e é real, tem um filho, sentimentos, uma vida. E, apesar de tudo, a vantagem de se poder defender, de ser dona de uma visibilidade que a protege e é perigosa para os agressores.
“Imaginem as pessoas que não têm como se defender. Pessoas que são cobardemente atacadas, pressionadas, humilhadas, atemorizadas por bandidos na Internet. E os que agressores são também pessoas reais. Que no anonimato de um perfil falso ou a coberto da ideia de que a liberdade é ter o direito a dizer tudo, existem e têm também vidas, filhos, empregos. Atacam outras pessoas apenas pelo prazer de fazer mal ou de exercer um poder qualquer ou por motivos subversivos ou por estarem a soldo de interesses políticos ou outros“, denunciou.
Luís Osório concluiu referindo que: “Cristina Ferreira foi ao parlamento e fez muito bem. É necessário que o tema se fale. Tudo o que se possa fazer para tornar o mundo menos crispado e perverso é uma boa notícia. Há gente horrível por aí. Gente seca e estéril que faz tudo à volta parecer estar morto e ser obra do mal. E eu sei bem o que é. Todos os dias sou insultado. Todos os dias recebo mensagens de ódio.“
“Todos os dias me acusam de ser isto e aquilo. Ou porque tenho de ter cuidado. Não pode ser. Temos de ser mais, de ser melhores, de acreditarmos numa ideia de bem, de sermos decentes. E temos de deixar de acreditar na remissão dos pecados dos monstros e maluquinhos que andam por aí“, terminou o jornalista.