Não fales mal de ninguém, cuida da tua vida e tem sempre um sorriso no rosto. O tempo é uma coisa muito preciosa. Não raro ouvimos as pessoas dizerem: “queria tanto fazer determinada coisa, mas não tenho tempo…”. Outros afirmam que tempo é uma questão de prioridades. Tu usas com o que mais te interessa. O que não dá para negar é que muitas pessoas tomam como prioridade falar da vida alheia.
Esse é um vício muito comum e praticamente uma reclamação geral. Ninguém gosta de ser protagonista de uma roda de fofocas, onde não pode controlar o que é dito sobre si. Ninguém gosta que determinadas pessoas venham opinar na sua vida ou julgar os seus actos.
Porém, poucos podem dizer que nunca falaram nada sobre a vida de outra pessoa. E por que fazemos isso? Porque muitas vezes falar da vida do outro é mais interessante do que viver a própria vida.
Fechar ciclos, virar páginas, recomeçar. Vida que segue! Felizes para sempre: felicidade ou prisão? Uma fugidinha básica da infelicidade faz um bem!
Somos educados numa sociedade que julga. Sem perceber, julgamos a nós mesmos todos os dias. Estamos sempre numa batalha interna para provar a nós mesmos que somos bons, que somos suficientes, que somos merecedores do melhor.
Fomos criados numa mentalidade que gosta de pegar tudo isso e comparar. Comparamos a nós mesmos com os outros e os outros entre eles. Fazemos escalas de quem é bom e mau, de quem é melhor e pior. E, constantemente, a nossa imagem dentro de tudo isso não é das melhores. Nós nos sentimos pequenos, inferiores, e, nessa tentativa de escapar disso e melhorar a auto-estima, o que fazemos? Tentamos diminuir os outros.
Exatamente! Só cuida e critica a vida do outro aquele que precisa diminuir todos para se sentir grande.
Ao invés de olhar para si e reconhecer o próprio valor muitos preferem diminuir as conquistas do próximo, criticar suas atitudes, encontrar mil defeitos nele.
É claro que dificilmente poderemos fugir de ter uma opinião e uma postura sobre o que acontece no mundo. Mas devemos lembrar de que o que achamos certo é parâmetro para nós e não para os outros. Se não gostamos ou não achamos certo o que determinada pessoa faz, devemos pensar: “Bom, isso não me parece o melhor para mim. Não é o que eu faria. Mas se o outro escolhe fazer, não é problema meu. Só ele sabe o que é bom para ele e eu não tenho nada a ver com isso.”
Pois não devemos querer encaixar a vida das outras pessoas na nossa. Não devemos querer moldá-las aos nossos valores e aos nossos pontos de vista. Se para nós a atitude alheia não é boa que nós não façamos. Mas que deixemos que os outros vivam as suas experiências e vivenciam a sua verdade em paz.
E os outros vão falar de nós? Sim! Afinal, cada pessoa ainda está no seu estágio de crescimento. Muitas não são maledicentes, apenas ingênuas ou imaturas. Então não adianta querer sair por aí corrigindo o mundo.
As pessoas não vão mudar os seus hábitos de uma hora para a outra. Temos que deixar de dar importância a isso. Sempre que damos atenção ao que alguém fala de nós, estamos dando na verdade importância para essa pessoa. Damos valor ao que ela pensa, a opinião que ela tem e queremos mudá-la. E o quanto isso vale a pena?
Quando sabemos quem somos, o que queremos, o que fazemos e o porquê agimos assim, a opinião do outro não passa de palavras perdidas ao vento, pois o que importa é a aprovação que vem de dentro do nosso coração.
A voz do nosso coração e da nossa consciência é a única que devemos dar o verdadeiro valor. As outras podem até ser avaliadas se são úteis ou não. Mas essa voz interior, é imprescindível para quem quer crescer e ser feliz. Ninguém está no nosso corpo, deu os nossos passos, esteve dentro de nós para saber o que sentimos. E nem nós sabemos isso de ninguém. Cada qual tem a tarefa de conhecer a si e o seu próprio destino. E quando compreendermos a grandiosidade do que somos e a maravilha que é a nossa vida, não teremos tempo para julgar a vida alheia, e nem para nos importar com o que falam de nós.
Porque nenhuma voz de fora poderá abafar a força desse som que vem da alma e que guia a nossa vida.
Créditos: Alexandro Gruber