Os nossos filhos são a nossa prioridade… o resto pode esperar. A família é o nosso bem mais preciso. Enquanto crianças é muito comum brincar aos pais e às mães.

Desde muito cedo que as meninas sonham, mesmo que inconscientemente, com a maternidade, até porque a maioria continua a brincar com as bonecas, simulando que estas são suas filhas.

No entanto, quando estas meninas se tornam adultas, a realidade é bem diferente. 
Enquanto adultas, algumas mulheres mantêm o sonho de serem mães e outras simplesmente não o pretendem, movidas na maioria das vezes, pelo sentimento de incompreensão por parte da sociedade. 

Para Adelaide Telles, psicóloga da Universidade do Porto: “A gravidez não é um dever, é um direito” e nem todas as mulheres são “talhadas” para desempenhar este papel.

Na verdade, todas as mulheres têm medo de serem mães, até porque corresponde a uma situação em que são colocadas à prova. 
A perspetiva de colocar uma criança neste mundo caótico pode ser realmente assustadora. 

As principais razões que levam as mulheres a não quererem ser mães dividem-se entre os custos financeiros que ter um filho acarreta, a posterior dificuldade para arranjar um emprego/trabalho, a idade ou simplesmente o não querer ter tanta responsabilidade. 

Estas mulheres fogem do que a sociedade espera delas, mas não é por isso que merecem menos respeito ou que devem ser colocadas de parte. Cada ser humano tem o seu caminho, não somos todos iguais e ainda bem que assim o é… Já imaginaram como seria se todos tivessemos os mesmos gostos? Se assim com tanta diversidade já existem tantas confusões e guerras, nem consigo imaginar como seria se fôssemos todos iguais e gostássemos todos os mesmo!

Do lado oposto, existem as mulheres que decidem serem mães e estas possuem um tremendo desafio, uma verdadeira aventura, um misto de emoções, apesar da maternidade ser, na grande maioria das vezes, algo realmente extraordinário.

O papel de pai e mãe é muito importante para o desenvolvimento dos seus filhos, e estes devem ter o apoio integral dos seus progenitores.
No entanto, todas as mães e pais mesmo que se dediquem exclusivamente aos seus filhos, nunca devem esquecer-se de si próprios. 

Os progenitores jamais devem rever as suas prioridades e negligenciar os seus relacionamentos, as suas amizades, os seus hobbies, os seus prazeres… para viverem em prol dos filhos. Adelaide Telles vai mais longe e acrescenta “só perde a identidade quem não distingue o eu e o outro”. 

Deste modo, a decisão da maternidade e/ou da paternidade deve ser bem ponderada. 

Os que decidem avançar nesta aventura devem estar bem cientes das suas responsabilidades. Devem proporcionar aos filhos o “melhor”, ou seja, fornecer ferramentas para que os filhos encontrem eles mesmos o seu lugar no mundo, sem pressões, sem grandes expectativas, sem ilusões.

Os pais criam os seus filhos para o mundo e não para eles próprios. 
Sejamos felizes com o que temos e com as escolhas dos filhos, mesmo que não pareçam as mais sensatas.

Deixem os vossos filhos encontrar o seu real caminho… Porque na verdade o que realmente interessa é que eles sejam felizes!