“Apontaram o dedo apenas com o intuito de enxovalhar“, atira Nuno Homem de Sá sobre Weza Silva, referindo-se ao momento em que a namorada estava com uma máscara de argila na cara, e foi acusada de “BlackFace” e usou a expressão “pintava a minha cara de preto”, frase usada de forma maldosa pela comentadora.
O actor reagiu e nas suas redes sociais fez uma publicação onde reflete sobre tudo o que aconteceu. Vê a seguir:
“Uma vez a minha filha mais nova perguntou-me ‘Papá, porque chamam pretas às pessoas de etnia africana? Elas são castanhas’. Eu respondi: ‘porque são ignorantes e não veem o óbvio. Na verdade somos todos castanhos mas como o café com leite, uns com mais leite, outros menos. Por dentro somos todos iguais e isso é que é importante’. Esta é a postura lá em casa em relação a assuntos relacionados com cor de pele, assim como a não discriminação de pessoas pela sua idade, religião/espiritualidade, género, preferência sexual e nacionalidade. Está é a nossa doutrina básica”.
Nunca pensei ter de vir aqui esclarecer este assunto relacionado com a minha mulher, a Frederica, que é a mulher que amo e com quem quero ter um filho e que está totalmente em sintonia com esta forma de respeitar a diferença. O que vimos ontem na televisão foi uma brincadeira completamente inocente da parte da Frederica. Ela tinha aplicado uma máscara de argila (que todos sabemos que é cinzenta) na cara e andou pela casa a divertir se enquanto aquilo fazia o seu efeito. No momento em que se comentou o avião menos simpático que passou na casa ontem à tarde, a Frederica disse ‘se recebesse um avião assim pintava a cara de preto’
“Ora bem, porque se pintaria a cara de preto? Simplesmente porque é equivalente a escondermo-nos, a fugir para a sombra/escuridão, onde ninguém nos possa reconhecer de forma a não ficarmos mais envergonhados ainda com seja lá o que for.
Foi isto. Em momento algum houve referência a pessoas de etnia africana tanto dentro como fora da casa. Foi uma piada de mau gosto? Para alguns talvez. Eu não a teria feito mas sou figura pública há quarenta e um anos e sei bem da corja de oportunistas maldizentes que por aí andam à espera de qualquer coisa para purgarem as suas próprias maleitas que recusam reconhecer mas que não hesitam em apontar aos outros. A Frederica não está habituada a estas coisas e o que fez foi num momento de inocência genuína. Para concluir gostava de agradecer todo o apoio e indignação causados pela acusação de que a Frederica foi alvo, mais uma vez, sem se poder defender. Recebemos milhares de mensagens de pessoas de etnia africana, e não só, a condenar aqueles que apontaram o dedo apenas com o intuito de magoar, ofender e enxovalhar.
Agradeço a todas estas pessoas que conseguem ver para além das palas desta ilusão que é a falsa narrativa que tentam atirar nos para cima constantemente (…) Até quando vamos ter gentalha a querer apropriar-se de coisas simples e torná-las em batalhas sem nexo para servir as suas próprias frustrações? Não contem connosco. Ainda no outro dia a minha filha perguntou: “Papá, quantas raças há na terra?” Eu respondi: “Uma. A raça humana” Força Frederica!”