“Hoje, se aparecessem 150 trabalhadores nós abríamos-lhes as portas (…). Precisamos de carpinteiros, eletricistas, picheleiros e não conseguimos”, disse à agência Lusa o empresário do Porto, Mário Ferreira.
A construção de quatro navios para o grupo do empresário Mário Ferreira “lotou” a capacidade dos estaleiros da WestSea, em Viana do Castelo, que passaram a recrutar fora para fazer face à falta de mão-de-obra na cidade.
Aquelas quatro construções e a reparação de outros três navios químicos de armadores internacionais ocupam 1.300 trabalhadores.
O recrutamento de trabalhadores no estrangeiro criou outra dificuldade: “Não se consegue alugar um quarto ou um apartamento em Viana do Castelo, porque os que existiam estão praticamente tomados por trabalhadores que estamos a trazer de todo o lado. É muita produção nova num estaleiro desta dimensão, mas dá gosto ver estas 1.300 pessoas aqui”, disse o empresário.
Para o empresário, muito se falou “no passado dos trabalhadores que iam ficar sem emprego”, mas “a construção naval está ao rubro e continuará assim por muitos anos. Precisamos de carpinteiros, eletricistas, picheleiros e não conseguimos”, salienta.
O navio ‘MS World Explorer’, com capacidade para 200 passageiros e 110 tripulantes, representa um investimento de 70 milhões de euros, parte financiada pela banca portuguesa.
Os outros dois da mesma série, um dos quais já em construção, estão orçados em 165 milhões de euros, e são financiados pelo ICBC Leasing, Banco Industrial e Comercial da China.
O ‘MS World Explorer’ está preparado para navegar em águas polares com até um metro de espessura de gelo e irá realizar cruzeiros e expedições de luxo nos quatro cantos do mundo, em destinos tão remotos como a Antártida e o Ártico.
“Vai ser uma festa à altura da ambição deste projeto [de cruzeiros e expedições]”, disse o empresário.
Créditos: PTJornal