Antes de ser um excelente profissional, sê um bom ser humano! “Conhece todas as teorias, domina todas as técnicas, mas, ao tocar uma alma humana, sê apenas outra alma humana.” (Carl Jung).
A questão principal a ser respondida, ao se escolher um ramo profissional a se seguir, não deveria relacionar-se tão somente às habilidades e competências das pessoas, mas, principalmente, ao facto de o indivíduo gostar ou não de gente. Quem não gosta de lidar com pessoas deve procurar uma ocupação que possa ser realizada isoladamente, com o mínimo de iteração pessoal.
Quando lidamos com o público, estaremos diante de seres humanos que carregam, em si, histórias diversas e que passam por momentos que nem sempre são bons.
Quase ninguém, por exemplo, procura um médico porque está a sentir-se óptimo e feliz. Quem vai a uma consulta médica está doente, sofrendo, com dor e medo, ou seja, estará fraco e vulnerável, precisando de atenção, de força e de esperança
Ninguém, em sã consciência, opta por ficar doente e triste. Por isso é que não dá para aceitar situações em que o médico trata mal o paciente, com uma rispidez desmedida, sem ao menos olhar nos olhos de quem sofre ali na sua frente, sem nem tocar no paciente.
Quem atravessa tempestades e enfrenta dificuldades possui menos força para se defender, para se posicionar, haja vista a sua autoestima já se encontrar alquebrada. Dificilmente, nesse caso, essa pessoa terá como fazer valer os seus direitos mínimos de cidadão. Por isso, é covardia descontar os próprios problemas em quem não tem nada a ver com eles, desaguando mau humor e cara feia frente a quem, muitas vezes, necessita exatamente do contrário, a quem somente gostaria de alguém que o enxergasse e lhe sorrisse.
Colocar-se no lugar de quem está ali na tua frente é o mínimo a ser feito quando se lida com pessoas. Pessoas não são robôs, não são de ferro, portanto, não são obrigadas a ter que enfrentar, além das próprias escuridões, o vazio desesperançoso de quem deveria lhes ajudar. Dá para ser útil sem ter que interagir com os outros, cozinhando na cozinha de um restaurante, pesquisando em laboratórios, entre várias opções.
Somente te proponhas a lidar com gente quando souberes te comportar como gente. Simples assim.
Créditos: Marcel Camargo